Site do artista plástico orlando rocha

Projeto Amplificadores de Artes Visuais 2009

02-04-2009 11:04

 Projeto Amplificadores de Artes Visuais 2009 - Inscrições e informações para profissionais

Seleção de 3 projetos de curadoria de exposições coletivas para a sala de exposições temporárias do Museu Murillo La Greca

Inscrições de 19 de março a 03 de maio de 2009 - exposições entre junho e outubro de 2009

Museu Murillo La Greca
Rua Leonardo Bezerra Cavalcanti 366, Parnamirim, Recife - PE
CEP: 52060-030
81-3232-4276/4467 ou murillolagreca@gmail.com
www.recife.pe.gov.br
Segunda a sexta, 9-12h e 14-17h


Informações para o artista sobre o custo-benefício de editais

As informações abaixo, todas de caráter objetivo, copiadas do edital, servem para ajudar o artista iniciante a decidir sobre a sua participação no evento em questão. Leia sobre esta iniciativa do Canal no Salões&Prêmios.

GANHO PARA PREMIADOS:
Prêmio de R$ 4.000 pago em duas parcelas de R$ 2.000, sendo a primeira 15 dias antes de cada abertura de exposição e a segunda parcela na abertura.

GANHO PARA INSCRITOS: NENHUM

CUSTOS OPERACIONAIS - INSCRIÇÃO:
Envio postal ou físico de dossiê para proposta de curadoria dentro das seguintes especificações:
a) Terormato máximo de 21 x 49 cm A4;
b) Estar em envelope com nome completo do proponente e "Projeto Amplificadores - 2009";
c) Conter fotos com nome do autor, título da obra, data, técnica ou materiais utilizados, dimensões e outros dados necessários;
d) Apresentar uma proposta de curadoria em até três laudas;
e) No caso de instalações ou obras não convencionais, o dossiê deve permitir o entendimento claro das propostas apresentadas, através de texto do curador ou artista, com especificações de manuseio e montagem;
f) Conter um resumo curricular de cada artista participante;
g) Conter dados curriculares, identificação e dados pessoais com endereço completo, telefone, fax e e-mail;
h) Conter ficha de inscrição preenchida e assinada.

- MONTAGEM
Transporte, seguro de obras, aluguel de equipamentos especiais, hospedagem e alimentação, caso necessário.

CONTRAPARTIDA PARA SELECIONADOS:
Texto crítico para cada exposição através do Projeto Jovem Crítica; auxílio para montagem e desmontagem das obras e projeto de Mediação Cultural, de origem educativa, realizada durante toda a mostra.

DEVOLUÇÃO:
Os dossiês não classificados serão devolvidos apenas se fornecido envelope pré-selado com o mesmo valor da encomenda enviada. Os dossiês dos proponentes selecionados não serão devolvidos e ficarão arquivados no Museu Murillo La Greca.


Edital e ficha de inscrição

Art. 1º O Projeto Amplificadores de Artes Visuais se destina a selecionar Projetos de Curadoria (Artistas Visuais e/ou Curadores) para mostras coletivas a serem realizadas nas salas de exposições temporárias e áreas externas ao museu.

Art. 2º Podem inscrever-se artistas e curadores brasileiros e estrangeiros, desde que residentes no Brasil.

Art. 3º As inscrições poderão ser feitas a partir de 19 de março de 2009 de segunda a sexta-feira, no horário das 9h às 12h e das 14h às 17h, no Museu Murillo La Greca, (rua. Leonardo Bezerra Cavalcanti, 366 – Parnamirim. CEP 52060-030, Recife-PE. Tel (81) 3232-4276 fax: 3232-1409 ou pelo correio, com data de postagem até 03 de maio de 2009.

Art. 4º O curador ou artista deverá conceber e organizar uma exposição coletiva, desde que o proponente assuma o compromisso de envolver critérios de concepção, significação e relação entre os trabalhos escolhidos, especificando o conceito ou abordagem da exposição coletiva da sua proposta apresentada. Fica franqueada a participação do curador como um dos artistas participantes da mostra coletiva, se assim o desejar.

Art. 5º Os artistas e/ou curadores poderão inscrever 01 (um) projeto de exposição coletiva adequado aos espaços oferecidos pelo museu.

Art. 6º A inscrição implica na automática e plena concordância das normas estabelecidas neste regulamento.

SELEÇÃO

Art. 7º A seleção dos trabalhos será feita pelo exame de dossiê, por comissão composta por 03 membros, designados pela Gerência do Museu Murillo La Greca, também, sendo soberanas as suas decisões.

PROPOSTA DE CURADORIA

Art. 8º O dossiê para PROPOSTA DE CURADORIA deve seguir as seguintes especificações:

I – ter formato máximo de 21 x 29 cm A4;

II – enviar todo material em envelope com o nome completo do proponente (Projeto Amplificadores - 2009);

III – conter fotos, coloridas ou P/B, indicando o nome do autor, título da obra (quando houver), data, técnica ou materiais utilizados, dimensões e outros dados considerados necessários pelo proponente;

IV – apresentar uma proposta de curadoria em até três laudas;

V – no caso de instalações ou obras não convencionais, o dossiê deve permitir o entendimento claro das propostas apresentada, através de texto do curador ou artista, com especificações de manuseio e montagem;

VII – conter um resumo curricular de cada artista participante;

VIII – conter dados curriculares, identificação e dados pessoais com endereço completo, telefone, fax e e-mail;

IVX – ficha de inscrição preenchida e assinada.

Art. 9º A seleção será feita através das fotos e projetos. Não serão aceitas obras no ato da inscrição.

Art. 10º Os proponentes selecionados serão comunicados por correspondência, e-mail ou telefone em até 3 (três dias) após a seleção.

Art.11º As curadorias selecionadas receberão o prêmio no valor de R$ 4.000,00 (quatro mil e reais), pagas em duas parcelas de R$ 2.000,00 (dois mil reais), sendo a primeira 15 dias antes de cada abertura de exposição e a segunda parcela na sua abertura.

Art.12º O Museu Murillo La Greca fornece texto crítico para cada exposição através do Projeto Jovem Crítica.

MMLG oferece auxílio na montagem e desmontagem das obras e um trabalho de Mediação Cultural, de origem educativa, realizada durante toda a mostra.

Parágrafo único: Todos os custos aqui não especificados ficam como regra geral, a cargo do artista e/ou grupos expositor.

Art. 13º Os dossiês não classificados serão devolvidos apenas se fornecido envelope pré-selado com o mesmo valor da encomenda enviada. Os dossiês dos proponentes selecionados não serão devolvidos e ficarão arquivados no Museu Murillo La Greca.

EXPOSIÇÕES

Art. 14º As exposições serão realizadas no período de junho a outubro de 2009 com datas a serem definidas juntamente com os selecionados, após a divulgação da seleção.

Caberá à Coordenação do Museu Murillo La Greca – MMLG, de comum acordo com os proponentes selecionados, o plano de execução e montagem das exposições.

TRANSPORTE

Art. 15º Os trabalhos deverão chegar ao Museu Murillo La Greca com uma antecedência mínima de 03 (três) dias para residentes em Recife e 07 (sete) dias para os selecionados de outros estados, antes da abertura da exposição.

Art. 16º Os curadores ou artistas selecionados deverão retirar seus trabalhos em até 07 (sete) dias após o término da exposição. A não observância deste prazo permitirá ao Museu Murillo La Greca, adotar as providências que melhor lhe aprouver.

Parágrafo único: O Museu Murillo La Greca não assumirá custos com o transporte, hospedagem e alimentação, devendo estes ficar a cargo do selecionado, quando e se necessário.

Art. 17º O Museu Murillo La Greca não se responsabiliza por eventuais danos causados às obras durante o percurso do transporte, cabendo ao curador providenciar o seguro, se for de seu interesse.

Art. 18º Cabe ao Museu Murillo La Greca zelar pelas obras expostas, adotando cuidados na montagem e medidas de segurança que garantam a integridade da mesma nas dependências do museu. No entanto, não se responsabilizará por eventuais danos causados por terceiros.

MONTAGEM EXPOSIÇÃO COLETIVA – CURADORIA

Art. 19º A montagem será feita pela equipe do Museu Murillo La Greca. Será permitida, porém, a participação dos curadores e/ou artistas selecionados no processo de montagem, se assim o desejarem. Trabalhos que exijam salas, instalações e montagens especiais só serão exibidos de acordo com a disponibilidade técnica e física do museu. Os projetos selecionados serão montados de acordo com os projetos enviados pelos mesmos.

Art. 20º Equipamentos especiais necessários à apresentação deverão ser fornecidos pelos curadores, sendo de sua total responsabilidade a operacionalização e manutenção dos mesmos.

OBRIGAÇÕES DOS CURADORES

Art. 21º Cabe aos curadores ou artistas selecionados:

I - assinar o Termo de Compromisso da exposição da qual é responsável;

II - comunicar, por escrito, eventuais mudanças de endereço à Coordenação do Museu Murillo La Greca, em Recife;

III - entregar, nos prazos estipulados pelo MMLG, logo após a seleção, o material destinado à produção das peças gráficas (banner e folder) de divulgação, como fotos coloridas ou P/B já digitalizadas em alta resolução, que garantam melhor reprodutibilidade. Especificar as fotos que serão destinadas ao material para divulgação, acompanhadas de ficha técnica completa (nome, título, técnica, dimensões, ano), currículo resumido de cada artista, e texto sobre o conjunto de trabalho que serão apresentados;

IV - autorizar por escrito (cada artista envolvido na exposição) a reprodução do material destinado à produção das peças gráficas para divulgação e promoção do projeto em todo e qualquer veículo de comunicação, bem como autorizar as imagens das obras expostas e textos via Internet;

V - enviar, para as exposições, os trabalhos apresentados no dossiê que foram indicados pela Comissão de Seleção, não sendo permitido substituí-los por obras com características diferentes;

VI - pagar as despesas de moldura, embalagem e transporte das obras (ida e volta) e fornecer equipamentos especiais, permanecendo o curador e/ou grupo responsável pelos mesmos;

VII - cumprir os prazos estipulados para a entrega das obras;

VIII – os curadores e artistas selecionados não poderão retirar os trabalhos antes do encerramento do evento;

OBRIGAÇÕES DO MUSEU MURILLO LA GRECA – MMLG

Art. 22º Cabe ao Museu Murillo La Greca – MMLG

I – fornecer texto crítico para cada exposição (Projeto Jovem Crítica);

II – fornecer material gráfico de divulgação (folder e banner);

III – fornecer coquetel de abertura (exclusivo para a abertura da mostra coletiva);

IV – fornecer trabalho de Mediação Cultural durante toda a mostra;

V – disponibilizar o espaço físico para as mostras selecionadas fornecendo planta baixa das s alas de exposições temporárias;

VI – disponibilizar: 1 (uma) TV com DVD; 01 projetor; 01 computador, caso seja necessário;

VII – promover a divulgação da programação na imprensa local, na Internet (convite virtual), na Agenda Cultural da Cidade do Recife bem como através de outras estratégias de divulgação ao alcance da PCR.

Art. 23º As decisões finais da Comissão de Seleção são irretratáveis e irrevogáveis.

Art. 24º Os casos omissos e controversos serão resolvidos pela Fundação de Cultura da Cidade do Recife e Museu Murillo La Greca.


Luciana Maria Felix de Queiroz
Presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife

CRONOGRAMA

Inscrições: 19 de março de 2009 a 03 de maio de 2009
Seleção dos projetos: 11 de maio de 2009
Divulgação do resultado: 13 de maio de 2009

 

https://www.overmundo.com.br/perfis/colaboracoes_publicadas.php?autor=27502

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 O ANIVERSÁRIO DA VACA

No dia que eu completava 
Meus 15 anos de idade.
Ganhei um maldoso presente 
Por parte da humanidade


Foram 15 anos servindo
Humanos de toda sorte
Também parí e alimentei
Muito bezerro de corte

E para os humanos também
Alimentei seus filhotes
Comia um verdinho tranqüilo
Pensando na minha sorte

Chegaram uns homens de botas
Vieram numa pick up
Laçaram-me pelo pescoço
Jogaram-me num apertado

Fiquei sem água três dias
Comida eu nem te conto
Dormi numa laje fria
Deitada no mesmo ponto

Um dia vieram os homens
Levaram-me para um rodeio
Cai no meio da grama
Sem forças no entremeio

Tonta sem entender
Senti muitos pontapés
Senti uma corda nos chifres
Queriam-me pôr de pé

Sem forças pra levantar
Arrastaram-me no solo árido
Senti a carne rasgando
Senti meu chifre torado

Sangrando e dolorida
Ainda tive meu couro chutado
Pauladas por toda parte
E a dor do chifre quebrado

Doutor, que tudo isso
Não saia deste quadrado
Não quero justiça nem nada
Perdoo os acusados

Só penso no meu verdinho
Ao lado os bezerrinhos
Dar leite aos pequeninhos
Voltar para o meu banhado
 
sobre a obra: Texto baseado num fato acontecido em um município limítrofe a Curitiba, onde uma vaca holandeza foi barbarizada, num rodeio em um ctg.

 UM SALTO PARADO NO AR...

Entrei caminhando a passos largos, fui direto a pia da cozinha. Enchi um copo de água e tomei por inteiro, em três goles.
Liguei o radio, desliguei, o som se fez presente em meus ouvidos espiralados, interminavelmente.
Subi os dois lances da escada de madeira, e em menos de trinta segundos estava na pequena porta do sótão, virei à maçaneta, entrei, o sótão do sobrado cheirava a bolor, a mofo. Havia casulos de traças por todos os lados.
Abri o janelão de madeira que dava face para o mar... Enfiei o corpo e me atirei no ar...

sobre a obra:
O sótão daquela habitação era intransponível...até que um dia...

 Há algum tempo atrás, fui a uma exposição de fotografias no MON, do foto/jornalista Sebastião Salgado, fiquei pensando sobre o processo migratório e suas causas, desde 1993 Salgado vem fotografando o movimento migratório de seres humanos em todo planeta. 

Interei-me (surpreso), que quase cento e cinqüenta milhões de pessoas sofrem deste processo migratório atualmente e vivem fora de seus locais de origem, numero altíssimo se levarmos em consideração o aumento da população mundial atual que paira em torno de cem milhões de seres humanos anualmente. O aumento é ainda mais assustador, cerca de dez milhões de pessoas engrossam este cordão todos os anos, mantendo estas proporções, daqui a dez anos esta enorme fila migratória terá duzentos e cinqüenta milhões de pessoas, em 1985 eram trinta milhões. Partindo desta analise, Salgado andou por 45 países, durante 7 anos, 45 países é quase um quarto do numero total de nações, se levarmos em consideração os 202 países existente, (dados de 2002, de acordo com a Wikipédia), estes dados dão ao seu trabalho uma importância impar.
Os primeiros povos a migrarem para as Américas (por volta de 48 a 60 mil anos) emigraram da Ásia, provavelmente atravessando o estreito de Bering. Alguns teóricos pensam também, que povos oriundos da Polinésia, Malásia e Austrália atingiram a America do sul navegando através do Oceano Pacífico, esta seria outra corrente. 
Próximo ao ano de 1500 habitavam o Brasil entre 5 a 6 milhões de nativos, (destes , sobreviveram em péssimas condições de vida e com suas culturas em frangalhos, aproximadamente 200 mil pessoas), poderíamos discorrer ainda mais sobre muitas situações historicamente conhecidas, mais isto não vem bem ao caso. O que eu gostaria de evidenciar seriam as “causas de repulsão e de atração”, que evidenciam alguns destes movimentos migratórios em algumas regiões.
Partindo das três causas que a meu ver são as mais importante: “Perseguições político/regionais, econômicas e de natureza climática”. Sigo minha linha de pensamento e procurarei me concentrar na atualidade, sendo que posso retornar a historia para ilustrar ou reforçar algum raciocínio. 
Segundo o ACNUR (Auto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados), a maioria dos refugiados internacionais migra em busca de empregos, ou melhores empregos e melhores salários, após isso vem ás causas de guerras, perseguições étnicas e religiosas, (não nesta ordem obrigatoriamente), este movimento objetiva principalmente ao EUA e a Europa ocidental. E se originam a partir da África, America do Sul e regiões sul e sudeste da Ásia. Como podemos constatar, originam das nações mais pobres do planeta.
Se as causas principais de repulsão da migração atualmente são as acima citadas, poderemos pensar um pouco mais sobre as causas de atração. 
A analogia que faço a seguir é bem simples, mais a partir dela entraremos em uma noção maior. 
Tenho um trabalho atualmente, ganho muito pouco, na cidade vizinha tem varias empresas com muitos empregos e remuneração maior, a cidade tem uma qualidade de vida melhor. O que eu faço? Fico? Migro? Ai esta a duvida.
A SOBREVIVENCIA DO SISTEMA.
Para sobreviver mais confortavelmente, o sistema capitalista teorizou e generalizou. Nas regiões em que ele retira matérias primas para manter seu parque industrial manufatureiro, os salários são vergonhosos, em regiões onde estão implantados os parques industriais, os salários são menos vergonhosos e onde estão alojados os executivos, (as gerencias, diretorias, etc.), os salários são bem melhores. O leitor quer um exemplo? A Adidas abriu uma fabrica na Ásia, mão de obra barata e matéria prima quase de graça, os executivos continuam no EUA com seus salários fabulosos. E assim com todas as transnacionais, carros, cigarros, alimentos, eletrônicos, informática, roupa, etc, etc...Um exemplo mais fácil de confirmar, por estar mais próximo, a Cba, (companhia brasileira de alumínio) do grupo Votorantim, comprou a troco de bananas uma vasta extensão de terras na região do Vale do Ribeira (a região com o menor IDH do estado de São Paulo), na divisa entre Paraná e São Paulo, Brasil. 
Porque comprou a preço de banana? Primeiro a região sofreu todo um processo de empobrecimento regional ao longo dos últimos anos, fatos divulgados na mídia, falta de investimentos sociais, inexistência de investimentos em infra- estrutura para escoamento da produção agrícola, criação de empregos, etc. A região em evidencia ficou abandonada por um longo tempo, noticiou-se que a Cba iria construir uma represa (Usina do Alto Tijuco) no rio Ribeira do Iguape, esta represa iria alagar uma vasta área, e “ai daquele que teimasse em viver nas regiões abaixo”, na cidade vizinha, Apiaí em São Paulo, tem uma grande mineradora de Cimento, (região fornecedora de matéria prima), em outro município limítrofe Adrianópolis no Paraná, tem uma mina (meio desativada..?) de chumbo, prata e ouro (matéria prima), dizem os moradores da região, mais esclarecidos e antigos, que as serras que serpenteiam a região são ricas em ferro, alumínio, prata, urânio e outros. Estas terras atualmente pertencem a Cba, a maioria foi comprada a um preço muito baixo, como a região há muito tempo esta sem investimentos nas áreas sociais, a população em geral, (os pequenos proprietários de terra), venderam ou abandonaram as terras, indo engrossar as periferias das grandes cidades em busca de trabalho. 
Outro exemplo: Em 1975 aconteceu uma grande geada no norte do estado do Paraná, esta geada foi responsavel pela destruição de quase toda a lavoura de café do norte do estado, (a lavoura de café é uma das poucas lavouras que não se consegue mecanizar), quase 3.500.000 de trabalhadores tiveram que sair da região, indo engrossar as grandes cidades, almentando assim o numero de favelas, foi nesta época que nasceu em Curitiba a maior e mais problematica favela urbana da região, a Ferrovila. 
Estes exemplos, simplórios, por estarem mais próximos, faz com que entendamos melhor a situação global. 
Nos últimos anos no Brasil, vemos constantemente migrantes morando clandestinamente nas grandes cidades. Quem são estes migrantes? Geralmente oriundos da África, Ásia e America do Sul e geralmente se movimentam por causas econômicas. Quanto ao movimento migratório nacional, sempre tivemos uma grande movimentação da região nordeste e norte do Brasil rumo a região Sudeste/Sul, como a situação de empregos em São Paulo e Rio de Janeiro esta saturada atualmente, se detecta movimentos do Nordeste em direção a alguns estados do Norte (Tocantins, Pará, etc) originados do Piauí, Maranhão, e outros estados. E na região Sudeste nota-se também o contrario de anos anteriores, habitantes de origens nordestinas estão migrando ou retornando para sua região de origem. 
Retornando aos movimentos internacionais, vamos citar um país de origem, poderia citar a China, ou qualquer região da África, Coréi, qualquer um... especificando, citarei a Bolívia. Temos visto constantemente na mídia, principalmente em São Paulo, historias de bolivianos que migram e se vem envolvidos em algum tipo de problema, geralmente são vitimas de aproveitadores, que lhes tiram o pouco dinheiro que ganham, prometem rios e fundos e não cumprem o que prometem, estes irmãos trabalhadores, que arriscam tudo para conseguir um lugar ao sol, vivem escondidos, trabalham até 20 horas por dia para ter algum lucro, numa clássica relação corroída entre capital e trabalho, isto é, uma relação de semi escravidão. Este é apenas um exemplo brasileiro, (isto é, falando apenas dos movimentos dentro do território brasileiro). No mundol este tipo de problema é igual, (só ampliando ou diminuindo suas proporções/micro ou macro) em todas as regiões do planeta onde existe a recepção de migrantes, veja o caso do Japão e seus migrantes brasileiros, “os decasséguis”, eles são vigiados quando entram em supermercados, lojas, etc.), talvez por ignorância e um perfeito desconhecimento da situação destes trabalhadores, eles olham estes migrantes como se fossem os grandes (ou parte) responsáveis pela péssima situação ou problemas em que vivem, ou por todos os problemas gerados na região onde moram. E por serem geralmente pobres, são vistos abaixo da linha do preconceito, desprezados e se não bastasse a falta de benefícios e os baixos salários a que são submetidos em seus trabalhos semi escravos.
COMO O TRABALHADOR DE UMA NAÇÃO POBRE, VÊ UMA NAÇÃO RICA E IMPERIALISTA...
Esta visão serve para quaisquer países em qualquer continente, para facilitar o entendimento exemplificaremos o Brasil como receptor do movimento.
Como um paraguaio, peruano, boliviano, etc, vê o Brasil lá fora? Geralmente sendo este trabalhador um pouco mais consciente, pensa de primeira, é um pais rico e imperialista.
Espera lá. Imperialista? 
Com certeza, desde há muito tempo. Lembram do tratado de Tordesilhas? E da guerra do Paraguai? E a situação do Acre? E do estado de Santa Catarina? A mudança destas divisas e ganho de território foram simples manobras imperialistas. 
Tenho em consciência que toda nação receptora de movimentos migratórios, são diretamente responsáveis pelo empobrecimento das regiões pobres do planeta,(abaixo esponho porque penso assim). 
Se existe regiões empobrecidas, os mais ricos exploram suas matérias primas como um aspirador de pó absorve a poeira de um tapete. Só os países mais ricos têm parques industriais para transformar esta matéria prima em objetos comerciáveis, apenas eles possuem também saída para estes produtos através das câmaras mundiais, sendo assim impõe a estas matérias prima o preço que querem, relegando aos mais pobres apenas o trabalho e o (in) conformismo. 
O Brasil é visto pelo proletário da America Latina, África, sul e sudeste da Ásia, como um país rico e imperialista (não me refiro a população brasileira extremamente pobre e as suas tristes realidades), a historia e os dados estão aí para atestar este imperialismo, e os índices confirmam que o pais (não incluir nesta riqueza a população) não é pobre (PIB, reservas internas e internacionais, arrecadação de impostos, etc.), miserável somos nós, sua massa explorada. Esta miséria geralmente não é mostrado no exterior, infelizmente a propaganda internacional mostra apenas mulheres em biquínis, corpos torrados ao sol, como se o Brasil fosse apenas uma grande nação de fornicadores e lascivos. 
Como entrar no Brasil é mais fácil do que entrar em países da Europa ocidental e EUA, o Brasil seria uma das opções para se trabalhar e ganhar dinheiro, por três motivos maiores, em parte por se falar o português, o brasileiro aceita razoavelmente bem o migrante, temos um grande numero de empresas (micro, pequenas, e medias) que admitem estrangeiros sem constrangimentos, (incluindo neste aceite os clandestinos). Estas facilidades agem como um farol sobre os mais pobres de outros países, norteando e obcecando. 
Na idade media o lema dos bárbaros colonizadores, era “não existe pecado ao sul do equador”, isso prevalece como se fosse um arquétipo maldito (este lema foi um dos grandes responsável pelo extermínio de quase toda a nação indígena brasileira).
Voltando um pouco. Se exige pouco das empresas que exploram matéria prima nas seguintes áreas: Relações do trabalho, ecologia e sociais. As matérias primas geralmente são vendidas na sua forma pura, para outros países (a não ser em países do primeiro mundo onde geralmente são beneficiadas e manufaturadas no local de extração, eles não são idiotas, exemplo; o vale do silício na Califórnia-EUA), deveriam ser beneficiadas em seus locais de extração, se assim ocorresse, seriam gerados um grande numero de empregos nos países do terceiro mundo, contribuindo para o aumento do IDH nestas regiões e segurando os trabalhadores em suas regiões de origem, reduzindo em muito o movimento migratório.
ALGUMAS CONSEQUENCIAS SOBRE O TRABALHO DE MIGRANTES ILEGAIS..
Local: Japão, qualquer estado ou cidade. Alguns decasséguis moram num prédio de apartamentos simples, dividem um quarto/cozinha, trabalham para um empreiteiro que não conhecem bem o nome, não tem carteira assinada, não tem benefícios, não tem convenio medico, não tem décimo terceiro, apenas saem de férias quando ocasionam férias coletivas na empresa, 15 ou 20 minutos de almoço, não podem financiar imóvel, carro, ou quaisquer bens duráveis, compram somente a vista, não podem se envolver em acidentes de transito. Como vemos, não difere muito de trabalhadores estrangeiros que moram e trabalham no Brasil, ilustrei este constatado, apenas para mostrar que as contradições entre o capital e o trabalho são comuns em qualquer lugar do planeta, apenas minimizado em algumas regiões, este exemplo poderia acontecer nos EUA, Alemanha, França, ou qualquer outro país, o capital abre e fecha filiais em qualquer parte do mundo, não se importa com o ser humano, ele migra ao bell prazer. Para abrir uma fabrica no Brasil e oferecer 750 empregos diretos, uma indústria automobilística francesa fechou uma fabrica na Bélgica onde mantinha 7500 postos de trabalho diretos (Para onde foram estes trabalhadores demitidos?), isso é apenas um exemplo entre milhares. 
O sistema só não consegue mudar os locais de exploração das matérias primas.
CONCLUSÃO
Gostaria ao concluir, explanar algumas idéias para tentarmos, senão sanar definitivamente (não acredito que nos parâmetros do sistema capitalista estes conflitos sejam solucionados definitivamente), ao menos amenizar o gravíssimo problema do movimento migratório, não é concebível, seres humanos trabalhando em condições subumanas em regimes escravagistas ou semi-escravagistas apenas porque vêem de uma região mais pobre, por pertencer a outras minorias, etc., na situação de foragidos ou banidos políticos, ou então por causa de cataclismos naturais, ou simplesmente por pertencer às áreas mais pobres do planeta, todos devemos ser respeitados dignamente. Se o sistema vigente não tem capacidade para solucionar esta e outras situações degradantes referente ao ser humano, que reconheça. Só assim a humanidade poderá debater e encontrar seu caminho. Para abrir a discussão, seleciono alguns tópicos para serem colocados em prática a curto e médio prazo, estes tópicos, apesar de gerarem um grande trabalho para sua concretização, são viáveis.

• Beneficiamento das matérias no local de origem de extração, ex. minério do ferro, alumínio, cobre, cal, cimento, madeira, grãos, subprodutos do petróleo, etc.
• Após serem beneficiadas estas matérias (não havendo condições de serem manufaturadas no local), as empresas compradoras por excelência devem exigir das vendedoras as, ISOs 9000, 14000 e 18000, que regem sobre o controle das qualidades ambientais e das relações do trabalho.
• Um fundo internacional (teoricamente já existe) uma espécie de tributo cobrado de empresas transnacionais e destinados a educação e saúde em países do terceiro mundo, principalmente as regiões mais pobres do planeta, para que não houvesse desvios este fundo seria aplicado pela FAO e UNESCO, seria fiscalizado por ONGs, associações locais, organismos internacionais de auditoria, toda a comunidade envolvida, sindicatos, etc., quanto mais fiscalização mais eficiente sua distribuição.
• Uma reformulação dos salários nas regiões onde originam os disparos emigratórios, para que estas regiões se tornem atrativas para todos. As nações devem envolver-se neste processo, através de fóruns constantes e soluções diretas e praticas.
• O debate constante em fóruns, seminários, nas escolas, nas igrejas, dentro de secretarias e ministérios de governos, para solucionarmos definitivamente o problema dos preconceitos raciais, sociais, étnicos, sexo, etc. ...

Com alguns destes tópicos alinhados, gostaria agora de prendê-lo um pouco mais nesta leitura e falar sobre alguns relatórios atuais de organismos com aos quais não tenho duvidas sobre exatidão e seriedade:
Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o aumento dos preços dos alimentos no mundo fez o numero de famintos aumentar em 40 milhões em 2008. a FAO divulgou na data de 09/12/2008 que a fome já atinge 963 milhões de pessoas. A FAO disse ainda que a crise mundial levara ainda mais pessoas a esta condição. Segundo a FAO, os problemas estruturais da fome, como falta de acesso à terra, ao credito, e ao emprego, combinados com o aumento dos preços dos alimentos permanecem como uma dura realidade para milhões de pessoas . A FAO relatou ainda que grande maioria destes famintos -907 milhões- vive nos países pobres. Destes, 590 milhões moram em sete países, são estes; Índia, China, Congo, Bangladesh, Indonésia, Paquistão e Etiópia, este mesmo relatório informa que na África Subsaariana, um terço da população -236 milhões- vive em estado de fome crônica. Sendo a maior proporção dentre os continentes. O Congo foi disparado o país Africano onde a fome mais se alastrou. A população de famintos passou de, 26 por cento em 2003/05 para 76 por cento em 2008. Na America Latina e Caribe, a fome atinge 51 milhões de pessoas atualmente.
Outro relatório desta vez emitido pela Comissão Econômica para a America Latina e o Caribe, (Cepal), informa que a crise do “sistema capitalista” (eles não usam sistema capitalista, usam crise financeira global), provocara um aumento no numero de pobres e indigentes na America Latina no ano de 2009, acirrando ainda mais os problemas que atravessamos.

Minha opinião para abertura de uma discussão sobre o tema “MOVIMENTO MIGRATORIO”. 
Como em todas as crises da historia, quem sofre realmente são as massas oprimidas, pagando um alto preço pela dissolução dos problemas do sistema de exploração, nada mais sensato que, as massas tomem as rédeas para a condução de uma sociedade onde realmente a fraternidade e a solidariedade sejam focados como ponto central de todas as políticas. Não vejo outra solução. 


Obras que eu gostaria que todas as pessoas sorvessem, para que entendêssemos um pouco mais os movimentos migratórios:
“Morte e vida Severina”, baseado na obra de João Cabral, musicas de Chico Buarque, dirigido pelo Guel Arraes.
“Toda Obra de Sebastião Salgado sobre o movimento migratório– foto/jornalista-.
“Vidas Secas”, Glauber Rocha.
“O Capital”, (principalmente o capitulo onde ele disseca a mais valia) - Karl Marx

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