Site do artista plástico orlando rocha

O ANIVERSARIO DA VACA

25-03-2009 08:16

(Texto inspirado num fato acontecido em um rodeio, em um Ctg, numa cidade próxima a Curitiba, onde uma vaca foi cruelmente torturada.) 

No dia que eu completava

Meus 15 anos de idade.

Ganhei um maldoso presente

Por parte da humanidade

 

Foram 15 anos servindo

Humanos de toda sorte

Também parí e alimentei

Muito bezerro de corte

 

E para os humanos também

Alimentei seus filhotes

Comia um verdinho tranqüilo

Pensando na minha sorte

 

Chegaram uns homens de botas

Vieram numa pick up

Laçaram-me pelo pescoço

Jogaram-me num apertado

 

Fiquei sem água três dias

Comida eu nem te conto

Dormi numa laje fria

Deitada no mesmo ponto

 

Um dia vieram os homens

Levaram-me para um rodeio

Cai no meio da grama

Sem forças no entremeio

 

Tonta sem entender

Senti muitos pontapés

Senti uma corda nos chifres

Queriam-me pôr de pé

 

Sem forças pra levantar

Arrastaram-me no solo árido

Senti a carne rasgando

Senti meu chifre quebrado

 

Sangrando e dolorida

Tive meu couro chutado

Pauladas por toda parte

E a dor do chifre torado

 

Doutor, que tudo isso

Não saia deste quadrado

Não quero justiça nem nada

Perdoo os acusados

 

Só penso no meu verdinho

Ao lado os bezerrinhos

Dar leite aos pequeninhos

Voltar para o meu banhado 

orlando rocha 

villorblue

https://www.overmundo.com.br/perfis/colaboracoes_publicadas.php?autor=27502

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 O ANIVERSÁRIO DA VACA

No dia que eu completava 
Meus 15 anos de idade.
Ganhei um maldoso presente 
Por parte da humanidade


Foram 15 anos servindo
Humanos de toda sorte
Também parí e alimentei
Muito bezerro de corte

E para os humanos também
Alimentei seus filhotes
Comia um verdinho tranqüilo
Pensando na minha sorte

Chegaram uns homens de botas
Vieram numa pick up
Laçaram-me pelo pescoço
Jogaram-me num apertado

Fiquei sem água três dias
Comida eu nem te conto
Dormi numa laje fria
Deitada no mesmo ponto

Um dia vieram os homens
Levaram-me para um rodeio
Cai no meio da grama
Sem forças no entremeio

Tonta sem entender
Senti muitos pontapés
Senti uma corda nos chifres
Queriam-me pôr de pé

Sem forças pra levantar
Arrastaram-me no solo árido
Senti a carne rasgando
Senti meu chifre torado

Sangrando e dolorida
Ainda tive meu couro chutado
Pauladas por toda parte
E a dor do chifre quebrado

Doutor, que tudo isso
Não saia deste quadrado
Não quero justiça nem nada
Perdoo os acusados

Só penso no meu verdinho
Ao lado os bezerrinhos
Dar leite aos pequeninhos
Voltar para o meu banhado
 
sobre a obra: Texto baseado num fato acontecido em um município limítrofe a Curitiba, onde uma vaca holandeza foi barbarizada, num rodeio em um ctg.

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