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Quem nasceu primeiro? A moral, a ética ou a lei?
Acredito que todos aqueles que se dizem proprietários de terra, (e para tentar endossar suas palavras podem até tentar ostentar escrituras de propriedade de terra lavradas em cartórios), não passam de grileiros. Porque afirmo isso? A terra sempre existiu e o homem como espécie apareceu a bem menos tempo. Partindo desta minha verdade, analiso o que considero o maior problema da humanidade em todas as eras. “A luta pelo uso da terra”. Em 1500, quando aportaram na costa brasileira três navios portugueses, nações tupis, guaranis, aimorés, etc, coabitavam estas terras. Alguém tem alguma duvida sobre isso?
Desde então, este enorme continente vem sendo rifado, doado, distribuído. Quem eram os antigos proprietários da Terrae Brasílis?
Os habitantes aqui encontrados foram sistematicamente assassinados, foram mortos mais de 6 milhões de índios de varias nações, bastavam se opor ao cara-pálida/caraíba colonizador, lentamente os remanescentes que teimaram e optaram em sobreviver foram sendo acuados para o interior do continente, hoje estão resumidos a pouco milhares de indivíduos, alguns doentes, outros perdidos nos vícios que os portugueses e outros trouxeram. E quem havia doado estas terras aos índios? Tupã? Bem, sabemos que somente de algumas décadas para cá os nativos começaram a desenvolver o sentido de posse, (herança da colonização portuguesa e outras, pá).
Acredito na validade do meu raciocínio, mais ainda não é bem aonde quero chegar, quero entender até onde pode ir a discussão ética, moral e legal sobre a propriedade imobiliária.
Até onde sei, no principio a terra não pertencia a ninguém, até o momento em que alguém com uma pena na mão, uma folha em branco, e na cobertura alguém com armas e poder suficiente para apoiar este alguém, ai sim, com as mãos nestas ferramentas este alguém emite um documento de posse para si, ou para outrem, nascendo deste ato a “apropriedade” (o erro é proposital).
Penso no tratado de Tordesilhas 07/09/1494)onde bandeiras mal intencionadas transformaram uma linha reta em uma linha sinuosa, ficando caracterizado assim (ao meu entender) o maior caso de posse e grilagem da historia do Brasil, quanto a este tratado tenho duvidas. Quem habilitou Portugal e Espanha a dividir este imenso continente? E passados 100 anos do tratado, a quem pertenciam estas terras? E passado 200 anos? 300 anos do tratado? E assim até os dias de hoje? Quem fez estes controles de propriedade até os dias atuais e se foram feitos, Onde estão os registros?
Perguntas históricas a parte, na manhã do dia 23/10/2008 a policia militar do estado do Paraná/Brasil, despejou 1500 famílias de sem terras(cerca de 6000 pessoas entre adultos e crianças), por 47 dias eles resistiram para tentar um lugar para morar, logo de inicio a grande imprensa paranaense noticiou que entre os invasores haviam proprietários de supermercados, postos de gasolina, agraciados com imóveis pela COHAB e outras noticias e informações que conhecemos de cor e salteado (a direita conservadora e reacionária impera na grande imprensa burguesa), um saldo trágico desta operação da PM, 4 pessoas feridas, inclusive uma criança ferida na perna por uma bomba e uma adolescente ferida no braço por mordidas de cachorro, fato este noticiados pela tv, radio e jornais.
400 pessoas,até as ultimas noticias, ainda se encontravam na rua João Dembinski, dormindo em pequenas tendas na calçada, sem ter aonde ir.
Neste ponto eu retorno ao inicio deste texto. A lei não existe para abrigar em seus braços o ser humano, ela não é um extrato da ética, e tem como essência a moral? Então porque os dirigentes e políticos tratam os seres humanos como lixo, e justificam suas atitudes bárbaras invocando os rigores da lei?
Num pais que tem tanta terra improdutiva, tanto imóvel vazio servindo de proveito apenas aos especuladores, por este motivo os preços de terrenos nas áreas urbanas tem preços exorbitantes e são inacessíveis para a maioria dos brasileiros. Porque não se promove a justa distribuição das terras inabitadas a mais de 5 anos? Ninguém tem culpa de ser desfavorecido, de perder o emprego de uma hora para outra e não ter mais como pagar aluguel, com um salário de $ 400,00 ninguém consegue construir nada.
Só queria entender o comentário do presidente da COHAB, Mounir Chaowiche, ele declarou a imprensa que os invasores tinham que entrar na fila que a COHAB resolve o problema de moradia, ele só não poderia passar os invasores na frente porque seria injusto com as pessoas que estão a 10, 15, 20 anos na fila e não foram contemplados com imóveis até então.
É fácil falar assim quando estamos confortavelmente dentro de nossos lares, a presença da Comissão de Especialistas em Despejos Forçados da ONU na cidade, em fevereiro de 2005, é uma prova que não existe qualquer tipo de dialogo entre os órgãos responsáveis pela questão da terra na cidade.
Enquanto isso, 400 familias estão em risco social com sua integridade ameaçada, alguns devem estar pensando em se escrever num destes programas da COHAB e adquirir um pedaço de terra daqui uns 25 anos, talvez.
Como já cantava o Chico -Morte e Vida Severina- (um grande salve pra ele) “é a terra que te cabe neste latifúndio”
Por Villorblue
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Onde seria a morada do aedes egipit ?
Naquela manhã acordei com aquela pergunta.
Estava curioso, porque tentamos (em vão), combater a todo custo, a multiplicação da popular fêmea do pernilongo ou muriçoca, como em algumas regiões ela é conhecida.
Estava chegando a seguinte conclusão, que esta guerra jamais teria seres humanos como vencedores.
De súbito tive uma idéia, me armei com o meu MP7, instalei no MP7 um software tradutor da linguagem dos mosquitos, (este freeware é facilmente baixado nos sites de downloads hoje em dia) e fui a campo.
...
Se o caríssimo leitor imagina que foi difícil encontrar um aedes por aqui, ledo engano, não demorou quinze minutos, há uns trezentos metros de onde eu resido, encontrei meu primeiro exemplar, uma bela fêmea da espécie.
Fiz sinal para que ela parasse, ela atendeu com uma condição. Eu teria que ser breve. Prometendo ser o mais sintético possível, começou a entrevista.
Eu: Seu nome?
Ela: Aedelina Ahcor.
Eu: Natural?
Ela: Brasil.
Eu: Idade?
Ela: Duas semanas de idade, sou uma jovem, (disse ela colocando as mãos na cintura).
Eu: O que você pensa sobre estas campanhas milionárias, que andam circulando na grand mídia, sobre a dengue?
(Fiz a pergunta pensando: Tem ocasiões que não devemos fazer certas perguntas, mais já era tarde).
Ela: O que eu penso... Disse ela muito irritada, contou ate dez, se acalmou, foi falando. Você pensa que é fácil a nossa vida?
Quando não estamos fugindo das tapas nos ouvidos e aérosois, fugimos do fumacê.
Isso La é vida?
Eu: Convenhamos... Distribuir doenças milenares por aí. Você queria o que?
Ela: Você esta enganado sobre este assunto, nós não distribuímos nada, a milhões de anos, bebemos um pouco de sangue para reproduzirmos, isso é excitante para nós. Mexe com os nossos hormônios, não temos culpa se a pele humana é tão frágil, tão penetrante, por isso os procuramos. Ademais (continuou), tem algo horrível nesta historia. De uns quinhentos anos até hoje, começaram a aparecer uns caras esquisitos, primeiro com um tal de escorbuto, depois sífilis, tuberculose, dengue, febre amarela, hoje vivemos numa verdadeira neura. Não sabemos se o fornecedor é saudável ou não. Quando acontece de picarmos alguém doente, perdemos créditos perante a comunidade.
Dito isso, começou a vibrar as asas, pediu desculpas, disse que precisava encontrar um velho pneu com água transparente para botar uns ovos, saiu.
...
Dois minutos de reportagem para mim era pouco. Resolvi encontrar outro aedes que estivesse disposto a falar.
Não demorou, avistei outro representante da espécie, mais tranquilo, era um valete aedes, aceitou conversar com calma.
Pasmei, colocou-me a par de coisas que eu não imaginava, começou falando que no ultimo Fórum Internacional dos Animais Hematófagos, (piolhos, moscas, mosquitos, carrapatos, sanguessugas, algumas espécies de morcegos, políticos), foi consenso a emissão de uma carta aberta, protestando quanto a qualidade dos alimentos. É uma quantidade tão grande de sangue tóxico. Eles tinham que se arriscar, não havia tempo para procurar sangues bons. Assim fica difícil (continuava ele), pois nossa alimentação acontece de forma sorrateira e rápida, onde não há tempo para muita analise, convivemos com este drama a mais de quinhentos anos.
Antigamente havíamos de nos preocupar apenas com as libélulas, suas larvas se alimentavam das nossas larvas, nos rios, nos lagos, nas águas de enchente empossadas nos lajedos. Quando no ar, havia os beija-flores, alguns pássaros, por isso nossa população não crescia, se controlava.
Quando ele citou a libélula, me deu um start. Agradeci os momentos tomados, ele foi em direção a outra fêmea que passava, eu sai em busca de um exemplar de libélula.
...
A libélula é um inseto da ordem odonata, as famílias são varias; coenagrionidae, libellulidae, aeshnidae, perilestidae, protoneuridae, etc.
Após milhares de quilômetros percorridos e meses gastos na procura, encontrei uma.
Encontrei esta espécie numa plantation de soja em Mato Grosso.
Eu: Seu nome?
Ela: Argia Modesta Selys.
Eu: Seu habitat?
Ela: Normalmente algumas áreas da região sudeste e nordeste.
Eu: O que você faz aqui, tão distante do teu local de origem?
Ela: Vim atrás do mel das flores melíferas da planta de soja, uma delicia. Contou isso acrescentando que não andava muito bem de saúde ultimamente.
Eu: Por quê?
Ela: Depois que passei a me alimentar deste mel, meu fígado passou a doer intensamente. Completando ela ainda disse, todas minhas irmãs sentem esta dor horrível, e morrem muito rápido.
Eu: Vocês consultaram um especialista para ver o que esta acontecendo?
Ela: Fomos... Ninguém sabe a causa, a única certeza é que este mel é muito gostoso, e para alegria maior, não é apenas a flor da soja que nos fornece este Manah, as clotárias em geral têm este dom.
Dito isso, ela estremeceu, deu três suspiros, morreu.
Fiquei sem saber como agir, porem como se tratava de um inseto, deixei-a no lugar do seu ultimo suspiro, e voltei para casa.
...
Dias depois, já em casa, uma pergunta martelava meu pensamento, como a batida de um martelo numa bigorna.
Consultei minha pitonisa digital. No pesquisar, descobri que as flores da clotária são geralmente melíferas, seu mel é rico em alcalóides, quando ingeridos numa quantidade maior, os alcalóides atacam e destroem o fígado dos animais que o ingerem.
Constatei que, as regiões mais atingidas pelos surtos de dengue, eram as regiões sudeste e nordeste. Coincidência ou não, nestas regiões, as libélulas estão em fase de extinção, inclusive com varias espécies já extintas.
Tese: A flora e a fauna brasileira têm cada nome bonito.
Antítese: A saúde no Brasil vai bem obrigado.
Síntese: A monocultura da soja, um dia, ainda acaba com o Brasil(eiro).
Orlando Rocha
Vilorblue
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(Texto inspirado num fato acontecido em um rodeio, em um Ctg, numa cidade próxima a Curitiba, onde uma vaca foi cruelmente torturada.)
No dia que eu completava
Meus 15 anos de idade.
Ganhei um maldoso presente
Por parte da humanidade
Foram 15 anos servindo
Humanos de toda sorte
Também parí e alimentei
Muito bezerro de corte
E para os humanos também
Alimentei seus filhotes
Comia um verdinho tranqüilo
Pensando na minha sorte
Chegaram uns homens de botas
Vieram numa pick up
Laçaram-me pelo pescoço
Jogaram-me num apertado
Fiquei sem água três dias
Comida eu nem te conto
Dormi numa laje fria
Deitada no mesmo ponto
Um dia vieram os homens
Levaram-me para um rodeio
Cai no meio da grama
Sem forças no entremeio
Tonta sem entender
Senti muitos pontapés
Senti uma corda nos chifres
Queriam-me pôr de pé
Sem forças pra levantar
Arrastaram-me no solo árido
Senti a carne rasgando
Senti meu chifre quebrado
Sangrando e dolorida
Tive meu couro chutado
Pauladas por toda parte
E a dor do chifre torado
Doutor, que tudo isso
Não saia deste quadrado
Não quero justiça nem nada
Perdoo os acusados
Só penso no meu verdinho
Ao lado os bezerrinhos
Dar leite aos pequeninhos
Voltar para o meu banhado
orlando rocha
villorblue
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DISCURSO DIALÉTICO ENTRE UM HUMANO E UM MOSQUITO
Onde seria a morada do aedes egipit?
Naquela manhã, acordara com esta pergunta.
Estava curioso, porque tentamos (em vão), combater a multiplicação da popular fêmea do pernilongo, ou muriçoca como em algumas regiões ela é conhecida.
Estava chegando a seguinte conclusão; que esta guerra jamais teria seres humanos como vencedores.
De súbito tive uma idéia, me armei com o meu MP7, instalei no MP7 um software tradutor da linguagem dos mosquitos, (este freeware é facilmente baixado nos sites de downloads hoje em dia) e fui a campo.
...
Se alguem imagina que foi difícil encontrar um aedes por aqui, ledo engano, não demorou quinze minutos, há uns trezentos metros de onde eu resido, encontrei meu primeiro exemplar, uma bela fêmea da espécie.
Fiz sinal para que ela parasse, ela atendeu com uma condição. Eu teria que ser breve. Prometendo ser o mais sintético possível, começou a entrevista.
Eu: Seu nome?
Ela: Aedelina Ahcor.
Eu: Natural?
Ela: Brasil.
Eu: Idade?
Ela: Duas semanas de idade, sou uma jovem, (disse ela colocando as mãos na cintura).
Eu: O que você pensa sobre estas campanhas milionárias, que andam circulando na grand mídia, sobre a dengue?
(Fiz a pergunta pensando: Tem ocasiões que não devemos fazer certas perguntas, mais já era tarde).
Ela: O que eu penso... Disse ela muito irritada, contou ate dez, se acalmou, foi falando. Você pensa que é fácil a nossa vida?
Quando não estamos fugindo das tapas nos ouvidos e aérosois, fugimos do fumacê.
Isso La é vida?
Eu: Convenhamos... Distribuir doenças milenares por aí. Você queria o que?
Ela: Você esta enganado sobre este assunto, nós não distribuímos nada, a milhões de anos, bebemos um pouco de sangue para reproduzirmos, isso é excitante para nós. Mexe com os nossos hormônios, não temos culpa se a pele humana é tão frágil, tão penetrante, por isso os procuramos. Ademais (continuou), tem algo horrível nesta historia. De uns quinhentos anos até hoje, começaram a aparecer uns caras esquisitos, primeiro com um tal de escorbuto, depois sífilis, tuberculose, dengue, febre amarela, hoje vivemos numa verdadeira neura. Não sabemos se o fornecedor é saudável ou não. Quando acontece de picarmos alguém doente, perdemos créditos perante a comunidade.
Dito isso, começou a vibrar as asas, pediu desculpas, disse que precisava encontrar um velho pneu com água transparente para botar uns ovos, saiu.
...
Dois minutos de reportagem para mim era pouco. Resolvi encontrar outro aedes que estivesse disposto a falar.
Não demorou, avistei outro representante da espécie, mais tranquilo, (era um valete aedes), aceitou conversar com calma.
Pasmei, colocou-me a par de coisas que eu não imaginava, começou falando que no ultimo Fórum Internacional dos Animais Hematófagos, (piolhos, moscas, mosquitos, carrapatos, sanguessugas, algumas espécies de morcegos, políticos), foi consenso a emissão de uma carta aberta, protestando quanto a qualidade dos alimentos. É uma quantidade tão grande de sangue tóxico. Para se alimentar eles tinham que se arriscar, não havia tempo para procurar sangues bons. Assim fica difícil (continuava ele), pois nossa alimentação acontece de forma sorrateira e rápida, onde não há tempo para muita analise, convivemos com este drama a mais de quinhentos anos.
Antigamente havíamos de nos preocupar apenas com as libélulas, suas larvas se alimentavam das nossas larvas, nos rios, nos lagos, nas águas de enchente empossadas nos lajedos. Quando no ar, havia os beija-flores, alguns pássaros, por isso nossa população não crescia, se controlava.
Quando ele citou a libélula, me deu um start. Agradeci os momentos tomados, ele foi em direção a outra fêmea que passava, eu sai em busca de um exemplar de libélula.
...
A libélula é um inseto da ordem odonata, as famílias são varias; coenagrionidae, libellulidae, aeshnidae, perilestidae, protoneuridae, etc.
Após milhares de quilômetros percorridos e meses gastos na procura, encontrei uma libelula.
Encontrei esta espécie numa plantation de soja em Mato Grosso.
Eu: Seu nome?
Ela: Argia Modesta Selys.
Eu: Seu habitat?
Ela: Normalmente algumas áreas da região sudeste e nordeste.
Eu: O que você faz aqui, tão distante do teu local de origem?
Ela: Vim atrás do mel das flores melíferas da planta de soja, uma delicia. Contou isso acrescentando que não andava muito bem de saúde ultimamente.
Eu: Por quê?
Ela: Depois que passei a me alimentar deste mel, meu fígado passou a doer intensamente. Completando ela ainda disse, todas minhas irmãs sentem esta dor horrível, e morrem muito rápido.
Eu: Vocês consultaram um especialista para ver o que esta acontecendo?
Ela: Fomos... Ninguém sabe a causa, a única certeza é que este mel é muito gostoso, e para alegria maior, não é apenas a flor da soja que nos fornece este Manah, as clotárias em geral têm este dom.
Dito isso, ela estremeceu, deu três suspiros, morreu.
Fiquei sem saber como agir, porem como se tratava de um inseto, deixei-a no lugar do seu ultimo suspiro, e voltei para casa.
...
Dias depois, já em casa, uma pergunta martelava meu pensamento, como a batida de um martelo numa bigorna.
Consultei minha pitonisa digital. No pesquisar, descobri que as flores da clotária são geralmente melíferas, seu mel é rico em alcalóides, quando ingeridos numa quantidade maior, os alcalóides atacam e destroem o fígado dos animais que o ingerem.
Constatei que, as regiões mais atingidas pelos surtos de dengue, eram as regiões sudeste e nordeste. Coincidência ou não, nestas regiões, as libélulas estão em fase de extinção, inclusive com varias espécies já extintas.
Tese: A flora e a fauna brasileira têm cada nome bonito.
Antítese: A saúde no Brasil vai bem obrigado.
Síntese: A monocultura da soja, um dia, ainda acaba com o Brasil(eiro).
Orlando Rocha
Vilorblue
O ANIVERSÁRIO DA VACA
Meus 15 anos de idade.
Ganhei um maldoso presente
Por parte da humanidade
Foram 15 anos servindo
Humanos de toda sorte
Também parí e alimentei
Muito bezerro de corte
E para os humanos também
Alimentei seus filhotes
Comia um verdinho tranqüilo
Pensando na minha sorte
Chegaram uns homens de botas
Vieram numa pick up
Laçaram-me pelo pescoço
Jogaram-me num apertado
Fiquei sem água três dias
Comida eu nem te conto
Dormi numa laje fria
Deitada no mesmo ponto
Um dia vieram os homens
Levaram-me para um rodeio
Cai no meio da grama
Sem forças no entremeio
Tonta sem entender
Senti muitos pontapés
Senti uma corda nos chifres
Queriam-me pôr de pé
Sem forças pra levantar
Arrastaram-me no solo árido
Senti a carne rasgando
Senti meu chifre torado
Sangrando e dolorida
Ainda tive meu couro chutado
Pauladas por toda parte
E a dor do chifre quebrado
Doutor, que tudo isso
Não saia deste quadrado
Não quero justiça nem nada
Perdoo os acusados
Só penso no meu verdinho
Ao lado os bezerrinhos
Dar leite aos pequeninhos
Voltar para o meu banhado